a religião do amor
07# bell hooks você é incrível
Esse ano decidi investir em coisas, em áreas da minha vida que ficavam meio de lado. Decidi comprar o livro “Tudo sobre o amor” da bell hooks, decidi ir fundo nesse blog e decidi firmemente fazer coisas que me dão felicidade, sejam elas grandes ou pequenas.
Tudo isso meio que se enlaça quando você pensa sobre. Comprar o livro da bell hooks é notavelmente uma pequena felicidade na minha vida, toda vez que leio sinto que o (grande) investimento valeu muito a pena, até depois de fechar o livro e ir me preparar para dormir, sinto uma satisfação que engradece meu dia.
Me deparei com o termo “pequenas alegrias” e acho que fiz disso uma religião - não sou uma pessoa religiosa de verdade - , pequenas doses de coisinhas que juntas tornam o dia um tempo de balanço. Tempo de balanço? Isso mesmo, acabei de inventar (olha a criatividade além de prédios).
Um exemplo disso é: todo dia vou pra faculdade de ônibus ou vou caminhando até o estágio, e assim, pode não ser a hora mais agradável do meu dia, mas sempre vou escutando um podcast. Isso me deixa entretida e realizada por sentir que estou usando tempos que não seriam significativos no meu dia para fazer uma coisa por mim, uma coisa que me dá prazer e me enaltece. Quando eu tento chegar na raiz desse sentimento, a grande real é que estou constantemente me escolhendo e ponderando como posso me “presentar” com pequenas alegrias, com coisinhas que tiram o peso de uma tarefa que pode se tornar muito maçante. No final, acabo até achando muita coisa prazerosa.
Nem sempre eu consigo manter as pequenas alegrias lá no alto, mas se eu for fazer um balanço (de novo kkk) desses últimos 6 meses, posso afirmar com toda certeza que perdi uns 55 quilos de peso desnecessário na minha vida. (adendo: na primeira escrita eu coloquei 50 quilos, mas não sei por qual motivo aumentei pra 55???)
Enfim, tenho muitos agradecimentos por ter chegado nesse estado de experimentar a leveza, mas agradeço a mim (rs) porque comprei um livro que virou quase minha bíblia.
Em um dos meus trechos preferidos ela diz:
"Quando começamos a experimentar o sagrado em nossa vida diária, trazemos para as tarefas mundanas um tipo de concentração e envolvimento que eleva o espírito."
Confesso que não é um pensamento recorrente e pode ser que eu nem consiga ainda encarar minhas tarefas por esse ponto de vista, mas sei que minhas escolhas em como passar o tempo são muito mais conscientes agora. De pequenas a grandes coisas, eu escuto meu coração (pode parecer bobagem), eu realmente tento escutar o que meu corpo pede, e é claro, às vezes eu me saboto, como todo mundo nessa vida, mas eu faço um esforço ativo pra estar sempre em contato com quem eu sou, e, visto que sou muitas coisas, não posso dizer que é fácil, muito menos automático.
Eu falando assim pode até parecer trabalhoso fazer esse mix de vida real e coração, mas afirmo, quando você começa não tem como parar, não tem saída pra sensação gostosa de alinhamento, de passos dados, de elevação como diz minha deusa bell. É uma sinceridade que eu não quero desconhecer.
Como eu disse antes, não consigo sempre estar assim, os momentos de confusão batem forte como em qualquer um, mas nesses momentos eu ainda recorro ao meu coração, ao meu corpo principalmente. Senhor como esse corpinho se manifesta, ein? Ele me pede muitas vezes pra ficar quieta, pra descansar, me pede pra ponderar se tal coisa me faz bem, se eu preciso disso ou daquilo, e te falar, nem sempre eu pego as dicas. Às vezes só o meu chão de taco e muita Marina Sena pra curar onde dói. Contudo, meu coração está ali, tá falando, berrando quando necessário, e eu só preciso escutar, só preciso tirar um tempo a sós (tá aí uma coisa que agora eu entendo e abraço).
A vida entra no meio da nossa comunicação com o coração e com o corpo, e é inevitável lidar com ela, mas sempre que couber, vou priorizar esse bate-papo, vou tirar meus tempinhos, seguir fazendo o que me enaltece, o que minha religião diz. Confesso que me apeguei ao amor em todas as suas escalas, ao amor que eu consigo nutrir dentro e fora de mim, me apeguei ao que o amor faz, em como ele liberta (e como liberta). Quero pra sempre esse projeto (trocadilho) de fazer o amor viver comigo.
Por fim vou deixar aqui o trecho que sintetiza muito do que eu aprendi e tento colocar em prática. Talvez a parte mais bonita do livro (ainda não acabei então posso mudar de opinião).
“O amor é uma ação, uma emoção participativa. Quando nos engajamos num processo de amor-próprio ou de amar os outros, devemos nos mover além do reino do sentimento para tornar o amor real. É por isso que é útil ver o amor como uma prática. Quando agimos, não precisamos nos sentir adequados ou impotentes; podemos confiar que existem passos concretos para trilhar o caminho do amor. Aprendemos a nos comunicar, a nos aquietar e a ouvir as necessidades de nossos corações, e aprendemos a ouvir os outros. Aprendemos compaixão ao estarmos dispostos a ouvir a dor, assim como a alegria, daqueles que amamos. O caminho do amor não é árduo ou oculto, mas precisamos escolher dar o primeiro passo.”
|| diquinhas
Decidi criar essa sessão final com coisas que estão me trazendo pequenas alegrias. Não garanto que terei novos conteúdos sempre, mas sempre que tiver um que acho interessante trarei pra cá.
Em minha fase de amores por Greta Gerwig, esse filme é um conjunto de emoções gostosas de sentir. Altos e baixos da vida e muito amor envolvido.
Essa música é suco de felicidade. Amo o embalo e a letra, sempre me pego animada quando começa a tocar. Uma vez me falaram que essa música era muito eu, e se realmente for, que sorte a minha.
Estamos Bem: Aquele sobre coração partido
Segunda vez que venho com esse podcast, ou seja, é bom mesmo. No episódio 235 a apresentadora aquece o coração do ouvinte, dá dicas e conta um pouco sobre como essa temida dor pode nos ensinar. Um episódio pra guardar no peito.
Café com caos: Um pacto com o desejo
Descobri mais uma newsletter deliciosa essa semana. Não vou tentar descrever o que é dito nesses poucos minutos de texto. Vai lá ver !


